É brabo!

Uns dizem que faz mal, outros que faz um bem danado; alguns odeiam, o resto ama de paixão…vai entender. No Brasil, as variações são infinitas, as cores, sabores e perfumes também; cada um escolhe a sua. Aqui, a oferta é bem menor e, a despeito de variações, existe quase uma unanimidade.

Aí nessas bandas, o nome é feminino e normalmente composto; aqui, é macho e é um só.

Va bene, chega de charadas. Estou, claro, falando da boa e velha pimenta ou, em italiano, meu querido peperoncino.

Peperoncino - Tropea
Peperoncino “viagra” – em Tropea, Calábria

Já falei por aqui que uma das coisas que sempre sugiro que as pessoas levem na mala de volta para o Brasil é um vidrinho de peperoncino – que dura uma vida, não custa nada e, uma vez que você começa a entender como usar, vira um dos temperos principais na cozinha.

No Brasil, dada a variedade, é mais comum preparar as pimentas quando ainda frescas, seja para usar imediatamente, ou para fazer um molho ou conserva. Aqui, uma vez que apenas poucas regiões do país, principalmente a Calábria, é produtora em grande escala (entendeu o por que de a linguiça calabresa se chamar assim?), nas outras regiões é mais frequente encontrá-la seca. Desse jeito aqui:

Peperoncino seco, daqueles que se compram em qualquer supermercado
Peperoncino seco, daqueles que se compram em qualquer supermercado

Ou então em flocos, ou até em pó.

Mas vamos ao que interessa: como usar.

A maneira que eu mais gosto é no refogado. Coloco o óleo/azeite em uma panela, alho ou cebola, acendo o fogo e, quando o óleo começa a fritar levemente, esfarelo com as mãos um peperoncino – porque é no óleo que ele solta seu poder de fogo – e prossigo normalmente a preparação dos mais diversos pratos (como molhos para macarrão, legumes, carnes de panela, e por aí vai).

Ressalva: eu faço parte do time dos amantes do ardor, por isso, em geral, um peperoncino pequeno confere a medida certa de emoção a uma porção para duas pessoas – sem ficar muito picante.

Para começar aos poucos, sugiro alguns passos: coloque-o depois (não na fase do refogado) e não o esmigalhe, bote-o inteiro – nesse caso, MUITA ATENÇÃO: não se esqueça de tirar o bichinho depois que terminar de preparar o prato, se não um sortudo vai dar de cara com ele em sua máxima potência….

Daí em diante é só usar a criatividade e, sem que você perceba, estará fazendo spaghetti all’arrabiata com o pé nas costas.

 

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