(Trad: Espaguete integral com pimenta doce comprida e tomatinho)
Sei que aí o friozinho começou a pegar, chegou a hora de dormir com cobertor –“de orelha” ou de lã mesmo – e que à mesa a preferência é por coisas mais parrudas… Mas, como Brasil é Brasil e quando menos se espera o calor bate na porta de novo, deixo aqui uma receita de uma massa muito fácil de fazer e incrivelmente fresca: Spaghetti integrali con friggitelli e datterini.
Mais uma vez, nesta receita é tudo uma questão de qualidade dos ingredientes: os friggitelli, conhecido também como friarelli, são o meio termo entre a pimenta e o pimentão.

Verdes, mas menores e bem mais suaves (e doces) do que o pimentão verde normal, são considerados pimenta, mas GARANTO que não ardem. No Brasil, não é assim tão fácil de encontrar, mas tem, normalmente conhecido como “pimenta doce comprida”, “pimenta doce verde”… E, estiver muito difícil de achar, com a pimenta sininho funciona também!
Por outro lado, os tomatinhos aqui da Itália são imbatíveis… mas mesmo no Brasil, procurando com carinho, é possível encontrar tomatinhos muito doces (como tomatinhos-pêra). Nesse caso, ou melhor, sempre que você quiser fazer um molho de tomate fresco e doce, vale a pena perguntar para alguém do mercado ou da feira quais são os tomatinhos mais doces do dia. Faz muita diferença.
E é isso, vamos à receita.
Spaghetti integrali con friggitelli e datterini
(Serve 2 pessoas)
Ingredientes:
– 200g de espaguete integral
– Mais ou menos 10 pimentas verdes doce (aproximadamente 350/400g)
– 150g de tomatinho doce
– Sal (fino para temperar e grosso para a água*)
– Azeite
– 2 dentes de alho
*Nota: aqui, normalmente as pessoas usam sal grosso na água da pasta; a regra é: 1L de água, 100g de pasta e 10/12g de sal grosso (uma colher de sopa rasa). Porém, se não me engano, o sal grosso vendido no Brasil é mais forte; por isso, se não quiser arriscar, coloque menos sal e, à medida que a pasta cozinha, experimente um fiozinho de massa. Se ainda estiver meio insossa, adicione um outro pouquinho de sal.
Modo de fazer:
1) Coloque a água da pasta para ferver.
2) Lave bem os tomatinhos e as pimentas. Destas, uma vez lavadas, corte e descarte, um por um, o “chapeuzinho” e, com a ajuda de uma faquinha pequena e afiada, tire o máximo possível de sementes. Para que estas saiam com mais facilidade, vale também girar o lado cortado para baixo e bater delicadamente a pimenta em uma tábua, para fazer com que as sementinhas mais teimosas caiam. Mas, não pire querendo tirar TODAS as sementes… tire só o máximo que conseguir, sem enlouquecer.

3) Corte as pimentas em rodelas pequenas, mais ou menos 2cm. Corte também os tomatinhos pela metade.

4) Em uma frigideira grande, ou panela bem larga, em fogo médio, coloque um fio de óleo (sem miséria) e dois dentes de alho com a casca, mas ligeiramente amassado – com a mão, o cabo de uma faca grossa, etc. Assim que o alho começar a fritar (i.e. soltar bolhinhas), adicione as pimentas.
5) Refogue-as em fogo médio-alto por mais ou menos 5 minutos e adicione então os tomatinhos. Abaixe o fogo e tampe a panela. Passados outros 5 minutos, com cuidado para não espirrar tudo na cozinha inteira, esprema os tomatinhos com o lado de trás de uma colher de pau para fazer sair seu suco. Tampe novamente a panela. Deixe o molho apurar em fogo baixo.

6) Salgue a água da massa e quando voltar a ferver, butta la pasta! (trad. “jogue a massa!”)**.
**Nota 2: Cuidado com a pasta integral, é mais chatinha de ficar “al dente”. Normalmente, a pasta normal atinge o ponto certo 2 minutos antes do tempo descrito na caixa. O tempo indicado para a massa integral normalmente é mais preciso, mas é necessário ficar em cima porque ela passa de “ainda dura” para “muito mole” muito rapidamente…
7) Uma vez pronta a massa, escorra-a, aumente o fogo do molho e adicione a pasta a ele. Salteie por alguns instantes e pronto.
Buon appettito!