No fim de semana passado, escapei (de novo) para a montanha, desta vez para as Dolomitas, no Trentino-Alto Adige. Essa é uma região muito particular da Itália, onde a primeira língua é o alemão, e, de tão organizada e precisa, qualquer italiano vindo de outro lugar se sente um peixe fora d’água.
Mas, de jeito nenhum digo isso em modo depreciativo; é uma delícia rodar por estradas sem buracos, visitar lugares turísticos (como as trilhas da Marmolada, uma montanha perenemente coberta de neve, ou aquelas que levam ao alto dos 3.152m do Piz Boe) sem se perder no meio do caminho. Sem falar que é muito divertido ouvir as pessoas misturarem o alemão com o italiano sem perceber.
Porém, confesso foram duas coisas muito simples que mais impressionaram: o pão e o iogurte.
Isso mesmo.
O primeiro, como não poderia deixar de ser em um lugar de tradição austro-germânica, é normalmente integral e cheio de grãos. Para alguém como eu, acostumada aos pães meio duros de Bologna, ou no máximo àqueles sem sal da Toscana, foi um alívio incomensurável.
Sei que é besteira, mas pão integral bom é algo de que realmente sinto falta por aqui – já que, aí no Brasil, encontramos tanta variedade de excelente qualidade.
E, para melhorar ainda mais as coisas, o Trentino-Alto Adige é a terra do speck, um dos meus salumi preferidos, feito a partir da parte superior das costas do porco e defumado. Assim sendo, em um lugar onde se encontra pão (do bom) para comer com fatias de speck (do bom), eu só poderia sorrir como uma criança o tempo inteiro.

A outra coisa que realmente me impressionou foi o iogurte. Mamma mia, como é gostoso! O leite produzido ali é conhecido como um dos melhores da Itália e, ainda bem, os moradores da região o aproveitam até a última gota! Fazem uma ótima manteiga, queijos os mais variados e, claro, iogurte (sempre caseiro). Achei muito bonitinho o fato de que ali o lanchinho da tarde tradicional – que nos outros lugares da Itália seria gelato – é uma tigelinha de iogurte! Tem em qualquer bar, para quando bater a fome no meio do dia.

No hotel onde fiquei, o farto café da manhã oferecia, dentre outras coisas, tudo isso de que falei até agora… Preciso dizer que nem tive vontade de almoçar?
