Semana passada, tive o prazer de ir com a minha mãe à EXPO 2015, de Milão. Confesso que estava muito curiosa, sem saber o que esperar. Era certo que se tratava de um evento de proporções históricas (já falei delas aqui), mas não tinha muita ideia do que efetivamente encontrar por lá.
Minha aposta (e esperança) era me deparar com muita comida, claro. Mas, estranhamente, não é bem assim.
Deixa-me, então, tentar explicar o que é essa tal de EXPO: muito simplesmente, existem quase 200 pavilhões, de países, empresas italianas e instituições variadas, como a ONU e o movimento Slow Food. Os pavilhões nacionais são basicamente casas inteiramente projetadas por arquitetos dos países representados, cada uma com uma “exposição” sobre o tema genérico alimentação e nutrição e um mini restaurantinho.
O jeito de abordar o tema, porém, varia muito.
Alguns optaram por focar na tradição culinária em si, como o lindíssimo e concorrido pavilhão do Japão (o mais legal que visitei).

Ali, o mote era as estações e a comida. Para se ter uma ideia, em uma visita guiada que dura quase 50 minutos, os visitantes são encaminhados a diversas salas, cada qual com projeções audiovisuais lindíssimas que remetem à influência das estações no cardápio nipônico.

Ao final, se entra no “restaurante do futuro”, uma sala enorme com dezenas de mesas onde os visitantes se sentam e encontram, no lugar do jogo americano, uma tela com a qual se interage usando hashis. Nesse lugar, os “clientes” assistem a uma performance ao vivo de dois artistas e podem tocar a qualquer momento a telinha para ter mais detalhes sobre os pratos e ingredientes mencionados durante o show.
Confesso porém, que a parte que me deixou mais fascinada foi uma sala com “quadros” nos quais réplicas de milhões de iguarias japonesas são representadas. Era como um cardápio infinito em 3D! Fiquei morrendo de fome depois de passar por lá…
Um outro pavilhão bem bacana (realmente superou minhas expectativas) foi o do Brasil. Para começar, digo que a fila para entrar era uma das maiores da EXPO!
Isso porque logo na entrada foi montada uma espécie de teia suspensa feita de cipó sobre a qual os visitantes podem caminhar e, olhando para baixo, apreciar uma verdadeira plantação de ingredientes tipicamente brasileiros (como quiabo, mandioca, pimenta…)
Quem preferir (como eu) fazer o percurso “sem emoção”, começa a visita já na horta verde e amarela, que ainda estava pequenininha, mas que até o final da EXPO deve crescer e virar algo ainda mais bacana.
A parada seguinte era uma sala, muito bem realizada, com uma exposição de fotos, quadros e objetos que remetem à história da alimentação brasileira (como instrumentos usados pelos índios para ralar mandioca; ou uma instalação inquietante com cabeças de escravos ao lado de fotos do café), bem como aos rumos atuais da nossa cozinha. Nesse sentido, há várias fotos de pratos de chefes famosos como Alex Atala e Helena Rizzo utilizando os ingredientes típicos da nossa terra. Tudo muito bem feito e bem cuidado.
Para terminar, como não poderia deixar de ser, um barzinho com café brasileiro, pão de queijo (!!!!!!!!) e até picanha e farofa!! Faltou só caipirinha e batuque!!

Eu poderia escrever um tratado sobre os outros pavilhões que visitei, mas deixo para uma outra ocasião. Até porque, uma dica àqueles que pretendem visitar a EXPO: é IMPOSSÍVEL ver tudo em um dia só. E, se o tempo for curto, esses dois pavilhões valem a visita. Depois me falem o que acharam!