O FloCiBO traz, em uma minissérie de posts sobre um país meio desconhecido para a maior parte dos brasileiros, Malta. Neste primeiro texto, dou informações práticas e dicas dos meus lugares preferidos. O próximo será dedicado àquilo que para mim mais importa: o que e onde comer por lá.
Começando do básico: a República de Malta é um dos menores países do mundo; um arquipélago composto por 3 ilhas principais: Malta, Gozo e Comino, com aproximadamente 315 km2, localizado entre a Sicília (só 80 km de distância) e a Tunísia (280 km de distância). Os voos a partir da Europa são frequentes e baratos.
Parêntesis histórico
A história de Malta é bem conturbada. Dada sua posição estratégica no Mar Mediterrâneo, sofreu invasões de Fenícios, Gregos, Cartagineses, Romanos, Árabes, Normandos, Aragoneses, Cavaleiros de Malta, Franceses e Ingleses. Tais influências são muito marcadas até hoje, seja na arquitetura, na comida e principalmente na língua. (Oficialmente, fala-se inglês e maltês – que, aos meus ouvidos, soa como um mix de absolutamente todos os povos que invadiram as ilhas ao longo do tempo.)
Muito brevemente: em 1530, quando Malta ainda fazia parte do Reino da Sicília, foi “alugada perenemente” a uma ordem de cavaleiros monástico-militares conhecidos como Cavaleiros de Malta, que fortificaram militarmente as ilhas e resistiram até 1798, quando sofreram a invasão de Napoleão Bonaparte.
Os franceses, porém, foram rapidamente expulsos das ilhas com a ajuda dos exércitos siciliano e inglês. O último, então, resolveu tomar o poder e Malta virou parte do Império Britânico de 1814 até sua independência, em 1964. Quer saber maior herança dos ingleses? A famigerada direção “ao contrário”.
Para terminar essa mini digressão histórica, em 2003 Malta virou parte da União Europeia e, em 2008, adotou o Euro como moeda oficial.
Por que vale a pena:

Malta, para os europeus, é um refúgio de sol e calor, seja no verão ou no inverno. Eu, semana passada, fui para fugir do frio bolonhês e acabei me deparando com a chuva, mas reza a lenda que lá há em média 300 dias de sol por ano. Por tal razão, a maior parte dos turistas, vai de junho a setembro, para pegar praia e mergulhar nas águas turquesas que circundam o arquipélago.
O bacana é que, mesmo com tempo ruim, tem bastante coisa para ver.

O ideal é alugar um carro e explorar as cidadezinhas e vilarejos – de todas as ilhas principais, já que existe um sistema super eficiente de balsa que funciona dia e noite e a distância entre elas é bem pequena. Existem muitos lugares de interesse histórico, inclusive sítios arqueológicos preciosos, construídos mais de cinco mil anos atrás. Os dois mais famosos são o Hipógeo de Hal Saflieni (uma cidade pré-histórica em Malta, que infelizmente estava fechado para manutenção) e Gigantia (na ilha de Gozo).

O último tem uma história peculiar: acredita-se que tenha sido construído por gigantes – daí o nome – e a prova disso são as ruínas de uma civilização e, principalmente, sua fachada, feita a partir de blocos de pedra realmente enormes (que um homem comum, cinco anos atrás, não teria sido capaz de manipular).
Ainda em Gozo, a estupenda Azure Window, um arco natural fincado no mar azul é imperdível.
Mais recentemente, em 1566, foi construída a capital, La Valletta, que de tão bonita e particular (é localizada no alto de uma colina e circundada por muros) foi considerada patrimônio histórico pela UNESCO.
Ali é possível encontrar o maior número de lojas, panoramas de tirar o fôlego, além de uma igreja impressionantemente dourada, a Saint John’s Co-Cathedral (sinceramente não sei que raios é uma “co-catedral”, mas são outros quinhentos).
A antiga capital, por outro lado, é Mdina, com suas casas que misturam influências arquitetônicas árabes e inglesas e bons lugares para comer (conto melhor no próximo post).

Quem quiser cair na farra, não pode perder uma noitada em Paceville, região de St. Julian’s Bay (em maltês, San Ġiljan), com inúmeros bares e baladas, um do lado do outro.
Saindo um pouco do buchicho, a melhor opção para jantar e dar uma voltinha a beira mar é a vizinha, Sliema.

Para comer bons peixes frescos e tirar fotos coloridas, uma ótima opção é o porto de Marsaxlokk (também conhecida como Marsa Scirocco), com seus inúmeros barquinhos de todas as cores.
Antes ou depois de comer, não perca a vizinha baía de St. Peter’s Pool – é imperdível.
Além disso, em Malta come-se bem. E é justamente sobre isso que quero falar no próximo post. Não perca!