(Artigo originalmente publicado no What the Food!, em 01/05/2013. Clique aqui para ir ao site)
Bologna, a principal cidade da região da Emilia Romagna, na Itália, é conhecida como “la dotta, la rossa e la grassa”. Em bom português: “a douta, a vermelha, a gorda”. Respectivamente, explica-se: aqui foi criada, e ainda funciona, a mais antiga universidade do mundo (ocidental ao menos); grande parte dos prédios e monumentos bolonheses são variações do vermelho e terracota – e, mais recentemente, a cidade foi transformada em um importante reduto comunista do país –; e, finalmente, Bolonha é reconhecidamente uma das (se não a principal) capital gastronômica italiana.
Dentre as famosas tradições locais, estão a pasta al ragu (ou, para nós, o macarrão à bolonhesa), o tortellini in brodo, e a mortadela (que aqui é conhecida simplesmente como “mortadella Bologna”, e é incrivelmente melhor do que qualquer variação brasileira…).
A (primeira) parada obrigatória em Bolonha é o “Quadrilatero”. Em pleno centro histórico, a dois passos da Piazza Maggiore, algumas vielinhas formam o quadrado mágico bolonhês: frutas, legumes, pães, carnes, peixes, queijos e tudo mais que um verdadeiro sonho gourmet pode compreender está ali. Não é bem uma feira, nem um mercado, mas lojinhas que expõem sua mercadoria em plena rua… Uma alegria para os olhos, um alívio inigualável para a fome.
Algum sábio um dia disse que o melhor jeito de se conhecer melhor a cultura de um lugar desconhecido é ir ao mercado. Por mais que o mercado de Bolonha (Mercato delle Erbe, na Via Ugo Bassi 23) seja também imperdível, para se entender esta cidade, o Quadrilatero cumpre ainda melhor tal função, pois, aqui, onde a maior atração – seja para turistas ou locais – é a arte do comer bem, as comidas mais lindas não poderiam estar em nenhum outro lugar, se não nas ruas.