Era uma vez um garoto, nascido em Alba (o templo das trufas, no Piemonte), que, tendo sido trazido ao mundo em uma família com grande tradição na distribuição de alimentos, resolveu a um só tempo seguir esse caminho e inovar.
Ele se chama Natale Farinetti, conhecido publicamente como Oscar Farinetti, e criou uma das marcas mais fortes hoje em dia no setor da gastronomia mundial, a Eataly.

O objetivo, desde o início (a primeira loja nasceu em Turim, no ano de 2007), foi de apresentar produtos italianos de excelência que mantivessem a verdadeira tradição do país. A particularidade, porém, é que à medida que a rede foi crescendo, cada local (que hoje conta com quase 20 pontos de venda ao redor do mundo) passou a apresentar uma identidade própria.
A cara da primeira Eataly brasileira, em São Paulo, ainda é desconhecida (os rumores são que a loja abrirá na metade do ano) mas, me lembro por exemplo que ano passado, quando fui a Dubai, a estupenda Eataly localizada no maior shopping center do mundo, o Dubai Mall, apresentava claramente uma missão quase didática, de divulgar e disseminar a cultura gastronômica italiana para muito além das fronteiras da bota – me lembro de um mapa da Itália gigantesco, no qual, no lugar das cidades, estavam indicados os produtos mais famosos de cada região italiana; e de “quiosques” que representavam as diferentes facetas da cozinha daqui.
Ainda ano passado, em Milão, o Sr. Farinetti inaugurou uma das mais importantes e recentes referências do comer bem no país: um lindo prédio de três andares, no centro da cidade (na Piazza XXV Aprile, 10), com 15 restaurantes – inclusive um com estrelas do Michelin – mercados de produtos fresquíssimos, e uma variedade infinita de mimos para se levar para casa.
Mas, para além desses exemplos belíssimos e pomposos, na minha opinião, o Eataly mais simpático é aquele de Bologna. Trata-se de um mix único de livraria (a libreria.coop), restaurante/café e mercearia.
Ali, é possível sentar para comer (o restaurante apresenta propostas de carne, vegetariana e peixe diariamente), optar por um sanduíche rápido, comprar produtos únicos – como frios e queijos de altíssima qualidade, massas especiais, conservas e molhos prontos (como do Amerigo, de que já falei por aqui) – e, de lambuja, sair com livros clássicos, best sellers e os melhores livros de culinária embaixo do braço.

Tudo isso bem no coração de Bologna, no Quadrilátero, a dois passos da Piazza Maggiore.
Pode ser que eu seja suspeita para falar, e que o Sr. Farinetti tenha na verdade conseguido me fisgar ao juntar duas das minhas paixões em um só lugar – livros e comida – mas, honestamente, acho que não sou só eu que me encanto com essa fórmula.
O lugar está sempre cheio e, cada vez mais, está se tornando uma parada obrigatória para quem visita Bologna. Seja para tomar um ótimo cafezinho em meio à muvuca do centro, seja para comprar lembrancinhas gostosas para levar para casa, ou ainda para atualizar o estoque de livros.
Seja qual for o motivo, recomendo a visita.
(Eataly Bologna, Via degli Orefici, 19)
O cara é um gênio!
Oi, lili! Concordo! E o bacana é que cada loja é diferente… A de Bologna reflete um pouco a atmosfera intelectual da cidade, a de Milão é a mais chique, de Dubai a mais exuberante, e por ai vai.
Obrigada pelo comentário e espero que volte sempre!
Beijão,
Flora.