No Brasil, as estações passam sem deixar muitas marcas; durante quase todo o ano, faz calor, chove, faz uns dias fresquinhos e por aí vai. E, mesmo no inverno (pelo menos o paulistano), os dias de frio são poucos, e sempre intercalados com um calorão – eu, por exemplo, cultivava durante todo o ano uma saudosa marquinha de biquíni…
Pois bem, tudo mudou quando cheguei aqui na Itália.
Em Bologna, por exemplo, no verão a temperatura média é 32 graus e, no inverno, zero. Por isso mesmo, não é de se estranhar que as coisas efetivamente se transformem com as estações. Inclusive aquilo que se come.
Tudo bem, mesmo aí no Brasil, é natural que em janeiro as pessoas se joguem sem dó no sorvete, saladinhas e frutas; e que no inverno os amigos se reúnam para comer fondue… mas, aqui, isso vai além. O cardápio, e os ingredientes, variam muito conforme o período do ano.
Na verdade, para além das camadas (a mais, ou a menos) de roupa, descobri uma das formas mais bonitas de se acompanhar as mudanças de estação: as bancas de frutas e verduras.
Tenho a sorte de morar do lado de um dos lugares mais fascinantes da cidade, o Quadrilátero (já falei dele aqui) e, por isso, literalmente passo na frente dessa linda feira ao ar livre todos os dias. Nessas minhas andanças, percebi que não é sempre que tem mexerica, cogumelos, uva ou abóbora. Tudo depende da época.
Agora, por exemplo, todas as banquinhas estão cheias de alcachofras e brócolis e, de uma semana para cá, comecei a ver chegarem favas frescas. Mas, para a minha tristeza, as abóboras e as ameixas, que eram figurinha carimbada até dois meses atrás, sumiram.
Isso sem falar nas variedades estranhíssimas com que me deparei desde que cheguei! Dou quatro exemplos de coisas que estão na época por aqui: as inúmeras variações de brócolis e couve-flor (como o brócolis romano, que parece uma montanha de árvores de Natal empilhadas e têm um sabor mais suave que o brócolis normal; ou as couves-flores roxas e rosas, belíssimas);

seus parentes próximos, as cime di rapa (que são protagonistas de uma das minhas massas preferidas: orecchiette con cime di rapa);

as puntarelle (que são como um híbrido entre a endívia e o salsão, só que mais amargo, do qual se comem só as pontas – sempre cruas, em uma salada temperada com limão, pimenta-do-reino e às vezes alici);

e a barba di frate (literalmente, “barba de frade”, que é uma das espécies mais exóticas que encontrei por aqui. É tipo um espaguete vegetal com gosto de espinafre…!!! Eu adoro!).

Assim, enquanto testo novas receitas com estes, e espero que os morangos e pêssegos retornem (e que os tomates voltem a ficarem docinhos!), me lembro que, no Brasil, tem chuchu, mamão e laranja doce como mel o ano todo… e isso, meus amigos, não deve ser dado de barato… deve ser festejado!
Olá Flora,
Amei a dica dos livros. vou à Saraiva ver. pois gosto mesmo de folhear antes de comprar.
Estou fazendo o brodo que voce postou outro dia, depois te falo como ficou.
Um abraço e mais uma vez obrigada pelo seu tempo e dedicação.
Paula.
Oi, Paula! Obrigada você pela presença e pela vontade de testar minhas dicas (literárias e culinárias!)
Depois me conte como ficou o brodo! Espero que dê certo!!
Beijo grande e volte sempre!
Oi. flora
Que linda as verduras, mas a couve-flor lilas achei um pouco estranha.
As vezes quando compro mamão papaya lembro que vc tem saudades.
Sera que terei saudades de mamão também?, pois eu como quase todos os dias no desjejum. Do chuchu tenho certeza que não, mas da farinha, vixê!!! , acho que vou morrer, rsrsrs.
Abraço.
Paula
Oi de novo, Paula!
De fato, a couve-flor lilás é um pouco inusitada…! Mas é linda não é??
Te garanto que só comecei a dar o devido valor ao mamão quando vim para cá…!! Aproveite por mim 🙂
E, quanto à farinha…!! Nem me fale!! Morro de saudades!!!!
Super obrigada, de novo, pelo carinho!
Beijo enorme,
Flora.
Olá Flora!
Estou programando ir em agosto.Pretendo ficar 24 dias e daí ir e voltar para outros lugares.Reservei hotel pelo Booking.com.É realmente muito quente e caro ou da para desfrutar bem?
Oi Maria! Recebi seu email e vou responder assim que tiver um tempinho hoje, ok?
Mas adianto que, infelizmente, agosto aqui parece um forno (é MUITO quente)… por outro lado, comparado com outras grandes cidades da Itália, é mais barato.
Beijos
Flora,
Muito obrigada por todas as dicas e teu lindo Blog.
Breve… vou te dizer o quanto me ajudou.
Vc é uma pessoa singular, é disto q o nosso Planeta precisa.
Tudo de melhor !…e beijo no coração.
Maria
Oi Flora!
Pois é, apesar de conhecer bem muitos lugares da Itália, não tinha me ligado na possibilidade do calor forte de Bolognha.Então mudei tudo.Consegui um lugar legal em Florença.Vou ficar um mês.Mas planejo ir todas as semanas de trem para aí.O mês melhorou -junho.Vou seguir as tuas dicas.
Tudo de bom!
Maria
Oi Maria! Fico muito feliz que tenha conseguido organizar tudo direitinho!
E espero que as dicas funcionem!
Super obrigada pelo carinho e, desde já, boa viagem!
Beijo grande,
Flora.