Uma vez por semana, os bolonheses – sempre tão preocupados com aquilo que se serve à mesa – têm um compromisso imperdível: fazer a compra dos ingredientes da semana. E não estou falando de ir ao supermercado e encher o carrinho de produtos comuns, mas de carregar consigo sua sacolinha ecológica e ir ao Mercato della Terra.

Em um dos primeiros posts deste blog, falei brevemente sobre o Slow Food (aqui) e, de passagem, sobre esse projeto tão bacana que faz parte do movimento e que conta com a participação de aproximadamente 40 produtores locais que vendem diretamente ao consumidor produtos orgânicos da estação, a quilômetro zero.

Trata-se de verduras e frutas frescas, queijos da região, pães feitos com fermentos e grãos especiais, farinhas, ovos, carnes, frios, mel, geleias, azeite, cervejas, plantas…

Isso sem falar em guloseimas prontas (para comer ali ou levar para casa) como peixes pescados no Mar Adriático e grelhados ali mesmo, tigelle (como a com pesto modenese -lardo picadinho, alho, alecrim e queijo ralado – do início do post) e sanduíches recheados de salames, prosciutto e queijos artesanais, sorvetes e docinhos.
E isso vem acontecendo desde setembro de 2009, todos os sábados de manhã – e durante o verão, uma noite durante por semana – quando inúmeras barraquinhas são dispostas na Piazzetta Pasolini (onde fica a cinemateca da cidade, o Cinema Lumière), ao longo da via Azzo Gardino e no jardim ao lado, o Giardino Klemlen.

Essa zona, por sinal, que antes era degradada e feiosa, foi recentemente revitalizada e, além do mercado e da cinemateca, hoje existem o Museu de Arte Moderna de Bologna – MAMbo – uma das discotecas mais animadas (o Cassero Arcigay) e, sempre durante o verão, uma baladinha com música e barraquinhas de comida todas as sextas-feiras, a partir do pôr-do-sol.
Se com a primavera que está chegando aos poucos, as primeiras flores voltam a desabrochar na cidade, a vida social também renasce. E nada melhor, para já pensar na semana seguinte que chega, do que estocar produtos e ingredientes de qualidade que fazem bem não só para quem os consome, mas também para o sustento de pequenos produtores e, por que não, para a cidade toda.
Que maravilha! Vou conhecer a Itália esse ano. É claro que irei a Roma e dentre outros lugares, passarei por Bolonha. Adoro comer bem e a culinária italiana. C/ certeza irei aos mercadinhos de Bolonha. Como passarei tbm por outros países, preciso de um bom seguro viagem. Alguém me indica uma boa empresa? Abç
Oi. Flora.
Quando você descreve o mercatto , eu consigo me transporta ate ai. Amo andar pelos mercados em qualquer lugar do mundo.
Aproveitando , decidimos o nome da loja que se chamara mercatto de Verona. Em homenagem a bisa, que nasceu lá e amava cozinhar e tambem por causa dos seus artigos.
Bjus.
Paula querida, mil desculpas pela ausência. Estava fora de Bologna e longe do mundo nesses últimos dias.
A paixão pelos mercados é recíproca, acho inclusive que são uma parada obrigatória para qualquer um que visite um lugar diferente – é o melhor jeito de conhecer a cultura gastronômica loca.
Fico muito feliz que vc tenha escolhido esse nome e, mais ainda, honrada pela lembrança.
Um beijo enorme e boa sorte!