No dia 04 de outubro, Bologna esteve em festa. Era o dia do padroeiro da cidade, São Petrônio, o santo que dá o nome à sua igreja (ou melhor, catedral) mais famosa: a linda obra inacabada que se ergue bem na Piazza Maggiore; aquela que deveria ter sido a maior da Itália mas que, por falta de dinheiro e rixas internas à igreja, foi recoberta de mármore só pela metade.
Pois bem, naquele dia, todos os cardeais, padres e políticos importantes marcaram presença. A festa foi linda.
Mas, para ser bem sincera, aquilo ficou pequeno perto do que aconteceu no fim de semana seguinte…

Entre os dias 09 e 12 de outubro, na mesma Piazza Maggiore, aconteceu a verdadeira celebração bolonhesa: a festa da mortadella.
Isso mesmo.

À frente da catedral de San Petronio, dezenas de barraquinhas de produtores locais (inclusive os mais famosos, como o Negroni, que chega até no Brasil) se enfileiraram para proporcionar aos curiosos e famintos um banquete infindável do produto bolonhês por excelência; aquele cujo nome se confunde com a cidade. (veja o post sobre a Mortadella Bologna, aqui.)

Além de degustações do embutido rosa mais querido da região, a praça deu lugar a palestras, aulas de história e receitas. Foi bonito ver famílias tradicionais, turistas e estudantes se juntarem ao redor de algo tão simples e essencial como a mortadella.
Para ser mais precisa, todo o processo de produção foi ilustrado ali; de demonstrações de como é feito o embutido, passando por exibições de mortadelas exclusivas criadas especialmente para o evento, até chegar aos mestres que fatiavam pedaços maiores do que eu, em fatias transparentes…
Sem falar, claro, dos stands com guloseimas feitas com o produto (quentinhas e baratas, boas para matar a fome a qualquer hora do dia).

E quantos dias! A festa durou de sexta a domingo e, como não poderia deixar de ser, bati ponto em todos eles. Eu, que no Brasil nem dava bola para a mortadela (me envergonho de nunca ter comido o mega sanduíche do Mercado Municipal de São Paulo), acabei me apaixonando por ela – não sei se antes ou depois de me apaixonar pela cidade.
Por isso, se toda a Bologna se pintou de rosa e declarou seu amor por ela, eu não poderia fazer diferente. E fica aqui minha singela homenagem.

Adorei Flora a tua estória! aqui nós tbem amamos mortadela 😉
Sabe q qdo eu comprava no supermercado mortadela em pedaços inteiros, notava q as pessoas na fila estranhavam..rsrs
Agora mais do q nunca vou ter orgulho de comprar e comer mortadela!! 🙂
lindo lindo o post…
Mari
Isso mesmo, Mari!!!!! Vai lá e compra de cabeça erguida!!!
Na minha opinião, quem tem preconceito com mortadela é porque ou nunca comeu uma boa de verdade, ou porque é simplesmente é meio antipático mesmo…hehe
beijossss